A alimentação em cuidados paliativos possui inúmeras funções além do suporte nutricional

Os cuidados paliativos enfatizam o cuidar global do paciente, quando este não apresenta mais possibilidade de cura para a doença ou quando a sua condição de fragilidade limita intervenções terapêuticas. O objetivo é o controle da dor e outros sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais, bem como o apoio ao doente e familiares.

Doentes e idosos em fim de vida frequentemente apresentam dificuldade de se alimentar ou simplesmente passam a recusar alimentos, referindo perda parcial ou total do apetite. Essas situações merecem um olhar diferenciado, respeitando as limitações, buscando ajustes que possam melhorar a aceitação alimentar e confortando a angústia dos pacientes e familiares. Uma comunicação adequada esclarece que a alimentação em fim de vida perde muito do seu valor nutricional e de manutenção da vida, mas ganha em valor humanizado, em prazer e afeto.

O adequado esclarecimento ao paciente e família sobre a alimentação em fim de vida é extremamente importante. Culturalmente, o alimento está associado a prazer, energia, alegria, vida. Mas é importante compreender que faz parte do processo natural da morte a incapacidade ou a recusa de se alimentar. Em um contexto de irreversibilidade do processo de fim de vida, seja por doença ou pela própria senilidade, a pouca ou nenhuma ingesta não é causa, e sim conseqüência do processo.

Portanto, é necessário que paciente e família estejam confortados em relação às limitações nutricionais. Isso permite que se respeite os limites de cada indivíduo e permita a alimentação de conforto. Muito mais que nutrientes e energia, a nutrição em pacientes em fim de vida deve oferecer conforto emocional, prazer, alívio da ansiedade, além de ser um meio de aproximação e afeto entre paciente e família. Nesse caso, quantidade e a qualidade dos alimentos devem ser determinadas pelo desejo, a tolerância e a segurança da deglutição. Uma equipe multiprofissional, com médico, fonoaudiólogo e nutricionista, atua para oferecer o melhor cuidado.

De acordo com conceito do olhar integral e humanizado à pessoa adoecida, a alimentação de conforto em fim de vida reforça os princípios dos Cuidados Paliativos. Nesse sentido, muitas medidas invasivas, como exames e sondagens, são evitadas em pacientes que não obterão benefício na manutenção da vida com qualidade e dignidade.

 

Dra. Eliza de Oliveira Borges

Geriatra 

CRM-GO: 14388
RQE: 9751

  • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás;
  • Residência em Clínica Médica pelo Hospital de Urgências de Goiânia ( HUGO);
  • Residência em Geriatria pelo Hospital de Urgências de Goiânia;
  • Titulada em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG);
  • Pós – graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica / Medicina Paliativa, Buenos Aires- Argentina;
  • Preceptora da Residência de Clínica Médica do Hospital  Alberto Rassi- HGG;
  • Integrante do Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo ( NAPP), Hospital Alberto Rassi- HGG.
  • Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Seção Goiás (Gestão 2020 a 2023).

 

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(Em Frente ao Pronto Socorro Infantil)

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Redação do Geriatria Goiânia

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