Processo natural do envelhecimento
Existe uma crescente preocupação com a promoção de um envelhecimento saudável, a fim de manter o máximo da capacidade funcional de cada indivíduo.

A população está envelhecendo e se mantendo ativa e produtiva até uma idade mais avançada. A expectativa de vida para os homens atualmente gira em torno de 71,3 anos, enquanto que para mulheres 78,6 anos.
Existe uma crescente preocupação com a promoção de um envelhecimento saudável, a fim de manter o máximo da capacidade funcional de cada indivíduo. De uma forma geral, as pessoas passam por alterações fisiológicas semelhantes, porém existem características específicas que variam de acordo com fatores genéticos, morbidades, qualidade de vida e exposição a riscos ao longo da vida.
Estudos sugerem que a genética é responsável por apenas 25% do ritmo do envelhecimento. Os outros 75% correspondem às particularidades de cada individuo, caracterizadas pelos fatores da nutrição, atividade física e estresse.
O organismo envelhece como um todo. Declínios funcionais e biológicos são normais num processo saudável de envelhecimento.
- Dos 30 aos 40 anos temos o máximo das funções orgânicas de nosso corpo;
- Dos 40 aos 50 anos ocorre uma estabilização destas funções;
- Acima dos 50 anos, ocorre uma perda funcional progressiva de cerca 1% ao ano;
Portanto, a velhice é uma consequência natural do processo de envelhecimento que proporciona mudanças anatômicas e funcionais, porém não necessariamente patológicas.
Pode-se classificar o processo de envelhecimento de duas formas:
Senescência
Envelhecimento natural com algumas limitações, mas com uma vida ativa. O indivíduo mantém uma elevada capacidade funcional, física e cognitiva e uma postura ativa perante a vida e a sociedade. O adulto que envelhece de forma ativa tem mais chances de manter sua autonomia e sua independência.
Senilidade
Alterações do envelhecimento normal associadas a processos patológicos que causam incapacidades progressivas e limitam, de forma variada, uma vida saudável.
No processo de envelhecimento ( senescência) ocorrem alterações que não são patológicas, mas tornam o idoso mais vulnerável a intercorrências. Podemos destacar as seguintes alterações:
– Alterações na contratilidade do coração, por deposição de tecido fibroso e aumento da proporção de gordura no miocárdio ( tecido muscular do coração);
– Aumento da rigidez das artérias, podendo elevar os níveis da pressão arterial;
– Tendência a hipotensão postural;
– Redução da capacidade pulmonar;
– Redução da força e da massa muscular, com aumento da proporção de gordura nos músculos ( sarcopenia);
– Redução dos espaços entre as vértebras, levando à redução da estatura;
– Redução de neurotransmissores cerebrais e de neurônios, levando a perdas cognitivas, como lentificação memória e redução da capacidade de armazenar informações novas;
– Opacificação do cristalino ( catarata), levando a déficit visual ;
– Redução da capacidade de discriminar sons mais agudos.
A essas e outras alterações naturais se sobrepõem as patologias. Algumas das morbidades mais frequentes na população idosa são:
– Hipertensão;
– Diabetes;
– Osteoartrose;
– Osteoporose;
– Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica;
– Demências etc.
Por essas e outras doenças e alterações próprias do envelhecimento, o idoso se torna um indivíduo complexo, em que as condições se misturam e geram uma dificuldade de manejo. Apesar disso, avanços em tratamentos farmacológicos e não farmacológicos permitem ao idoso viver mais, mesmo com suas limitações e morbidades.
E diante dessa busca incessante por um envelhecimento ativo, atividade física regular, a dieta saudável e uma vida ativa ainda são as melhores ações preventivas.
Dra. Eliza de Oliveira Borges
Geriatra
CRM-GO: 14388
RQE: 9751
- Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás;
- Residência em Clínica Médica pelo Hospital de Urgências de Goiânia ( HUGO);
- Residência em Geriatria pelo Hospital de Urgências de Goiânia;
- Titulada em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG);
- Pós – graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica / Medicina Paliativa, Buenos Aires- Argentina;
- Preceptora da Residência de Clínica Médica do Hospital Alberto Rassi- HGG;
- Integrante do Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo ( NAPP), Hospital Alberto Rassi- HGG.
- Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Seção Goiás (Gestão 2020 a 2023).
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