Disfagia em Idosos
Disfagia é a dificuldade para engolir alimentos, provocando o popular “engasgo”, dor ou desconforto na região da garganta ou do esôfago. No idoso, a maior parte dos casos de disfagia é decorrente de doenças neurodegenerativas ( como as demências), sequela de um evento neurológico agudo (como acidente vascular encefálico ou um traumatismo cranioencefálico), uma obstrução ( no caso de câncer de garganta ou de esôfago por exemplo) ou essencialmente da condição de fragilidade do idoso, com o enfraquecimento da musculatura do esôfago, sem necessariamente estar a associada a uma patologia específica. Medicamentos também podem influenciar, na medida em que os efeitos adversos podem impactar no sistema nervoso e muscular do idoso. O mecanismo da disfagia é complexo e envolve comprometimento muscular e/ou neurológico.
A disfagia pode ocorrer com uma consistência específica de alimento, por exemplo, sólido, líquido ou cremoso. Em casos graves, há a dificuldade de deglutir qualquer tipo de alimento.
O diagnóstico de disfagia não implica necessariamente na ameaça à alimentação oral, mas sim na necessidade de uma avaliação detalhada das doenças , do grau de fragilidade, da cognição , das medicações em uso e , não menos importante, da influência social e psicológica no ato da alimentação. Essa avaliação é seriada e deve envolver uma equipe multiprofissional, especialmente o geriatra, o nutricionista e o fonoaudiólogo.
As decisões que envolvem a alimentação são complexas e carregadas de valores culturais. Jamais podem ser subestimadas ou simplificadas com condutas imediatas e unilaterais. A conduta mais adequada, se haverá a manutenção da via oral ou a decisão por uma sonda de alimentação, sempre será aquela que foi discutida em equipe e compartilhada com a família.
Projeto Cuidar
Geriatra
Dra Eliza de Oliveira Borges
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Sobre a Dra Eliza de Oliveira Borges
– Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás;
– Residência em Clínica Médica pelo Hospital de Urgências de Goiânia;
– Residência em Geriatria pelo Hospital de Urgências de Goiânia;
– Titulada em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG);
– Pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto PalliumLatinoamérica / Medicina Paliativa, Buenos Aires- Argentina;
– Preceptora da Residência de Clínica Médica do Hospital Alberto Rassi- HGG;
– Integrante do Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo (NAPP), Hospital Alberto Rassi- HGG;
– Secretária Geral na Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Seção Goiás.