A memória contribui para a manutenção da independência e autonomia do idoso

Com o processo de envelhecimento populacional do Brasil, a cada década o percentual de idosos aumenta significativamente, com esta realidade é preciso se preparar para um envelhecimento saudável.

O processo de envelhecimento saudável não significa a ausência de doença, mas o controle das doenças existentes e a manutenção da autonomia e independência. A autonomia é a capacidade de tomada de decisões que permite à pessoa assumir responsabilidades na sociedade. A independência é a capacidade de executar ações de acordo com os próprios meios, estando diretamente associada à mobilidade e à comunicação. As funções cognitivas preservadas promovem o desenvolvimento da autonomia e independência da pessoa idosa e, consequentemente uma vida mais saudável.

Cognição é o conjunto complexo de funções cerebrais que conferem à pessoa a capacidade de gerir a própria vida. Engloba a memória, função executiva e visuoespacial, linguagem, praxia (capacidade de execução de ato motor) e gnosia (capacidade de reconhecimento de estímulos visuais, auditivos e táteis) e o comportamento.

O estímulo cognitivo é essencial para o envelhecer bem-sucedido. Leituras, atividades artísticas, prática de exercícios e atividades desafiadoras, como o estudo de uma língua ou aula de informática preservam ou melhoram a função cognitiva e colaboram para a manutenção da boa qualidade de vida e do bem-estar psicológico na velhice.

O envelhecimento naturalmente está associado a um grau de lentificação do processamento de informações novas e redução da capacidade de aprendizado, redução da atenção, do tempo de reação a um estímulo e prejuízo da memória imediata.  Isso ocorre à medida que a idade avança e sofre interferência genética, das doenças e da reserva cognitiva adquirida ao longo da vida. Assim, quanto melhores os hábitos de vida, o controle de doenças e o estimulo cognitivo no percurso da vida, menor o impacto das alterações fisiológicas do envelhecimento.  O trabalho, o estudo, as atividades culturais e a atividade física regular têm grande influência no incremento na reserva basal cognitiva.

A memória é a função cognitiva que mais gera preocupação para os idosos em geral.  Justamente porque está associada à identidade pessoal e à capacidade de interação com o mundo e à gestão da própria vida, através das tarefas mais simples do cotidiano até aquelas mais complexas. Trata-se de uma função complexa que possibilita o ser humano registrar, conservar e resgatar experiências vividas.

O déficit de memória pode ser parte de uma demência ou de uma sequela neurológica por exemplo, mas também pode estar associada a transtornos de humor, à fragilidade do idoso e ao uso de medicamentos. Por isso, é necessária uma avaliação ampla e criteriosa de fatores potencialmente reversíveis e do grau de impacto na funcionalidade da pessoa idosa.

A memória, portanto, é uma função essencial para a saúde dos idosos. Idealmente a prevenção do déficit de memória e outras funções cognitivas deve iniciar desde na infância, com bons hábitos de vida. Na fase idosa, o estímulo físico e cognitivo também tem impacto, em menor ou maior grau a depender da influência genética, das doenças e dos medicamentos de uso crônico, do grau de fragilidade do idoso e da reserva adquirida ao longo da vida.

 

Dra. Eliza de Oliveira Borges

Geriatra 

CRM-GO: 14388
RQE: 9751

  • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás;
  • Residência em Clínica Médica pelo Hospital de Urgências de Goiânia ( HUGO);
  • Residência em Geriatria pelo Hospital de Urgências de Goiânia;
  • Titulada em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG);
  • Pós – graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica / Medicina Paliativa, Buenos Aires- Argentina;
  • Preceptora da Residência de Clínica Médica do Hospital  Alberto Rassi- HGG;
  • Integrante do Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo ( NAPP), Hospital Alberto Rassi- HGG.
  • Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Seção Goiás (Gestão 2020 a 2023).

 

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(Em Frente ao Pronto Socorro Infantil)

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Redação do Geriatria Goiânia

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