Quando é necessário um Cuidador Familiar para o Idoso Dependente
As seguintes dicas práticas podem amenizar o impacto negativo da situação de dependência, contribuem para a saúde e conforto do idoso e para que o familiar se sinta mais tranquilo e seguro que “está cuidando bem” de seu ente querido.
A tarefa do cuidar de um idoso, principalmente se executada por um membro da família, não é tarefa fácil, pois as necessidades de atenção se misturam com as relações afetivas.
Cuidadores Familiares não costumam fazer cursos, pois é compreensível não se imaginar como um cuidador de pais, esposos ou outro membro da família quando estes envelhecem e se tornam dependentes.
As seguintes dicas práticas podem amenizar o impacto negativo da situação de dependência, contribuem para a saúde e conforto do idoso e para que o familiar se sinta mais tranquilo e seguro que “está cuidando bem” de seu ente querido.
Hidratação do idoso
Ofereça água a cada meia hora!
A percepção de sede no idoso é naturalmente reduzida. A dica é não encher o copo, mas sim oferecer pequena quantidade de água em intervalos curtos. Isso evita a recusa e ameniza as idas frequentes ao banheiro
A falta de apetite e de sede são condições que geram muita angústia em cuidadores. Apesar disso, essa recusa deve ser respeitada em situações de fim de vida. Por isso, oferecer refeições e água de forma fracionada, em pequenas quantidades e com horários flexíveis são medidas que podem amenizar a recusa do idoso e sentimento de angústia do cuidador
Alterações homeostáticas
Sensação de frio ou calor são geralmente alterados. Acredite e respeite.
Os sistemas homeostáticos envolvem nossos órgãos e são responsáveis pela auto-regulação do nosso corpo que ajudam a manter um equilíbrio quando há alterações externas (temperatura, pressão, níveis de sódio e açúcar no sangue…). Esse equilíbrio se traduz no controle da pressão e da temperatura corporal, na reserva de água e no volume de urina produzida pelos rins.
O processo natural do envelhecimento torna os sistemas homeostáticos vulneráveis e isso explica queixas de frio e calor desproporcionais, a maior propensão à desidratação e até mesmo a ausência de febre em situações de infecção.
Por isso, um alerta importante é o cuidado com a temperatura da água do banho, das bebidas, da comida e a percepção de queda do estado geral e confusão mental, mesmo sem evidência de febre.
Hipotensão postural
Oriente e ajude o idoso a se levantar da cama devagar.
A hipotensão postural é muito comum e é decorrente de uma série de fatores ( alteração dos mecanismos de manutenção da pressão e do equilíbrio corporal, interferência de medicações e de doenças). Essa condição tem muito impacto na qualidade de vida do idoso e é um grande fator para quedas. Por isso , é extremamente importante observar a frequência de tontura e desequilíbrio ao se levantar.
Velocidade das ações e da marcha
A medida que envelhecemos, perdemos fibras musculares de ação rápida e os reflexos que o cérebro emite e recebe se tornam lentificados. Isso explica a lentidão da marcha e a dificuldade do corpo responder de forma imediata quando solicitado, bem como de restabelecer o equilíbrio. Além disso, a pessoa sedentária na fase jovem e adulta sofre mais o impacto dessas alterações naturais do envelhecimento
Boas dicas são jamais comparar um idoso com outro, respeitar o seu ritmo e ajudar sempre que necessário, a fim de evitar quedas e outros acidentes.
Pele ressecada
Mantenha a pele do idoso hidratada com gotas de óleo, como o óleo de coco e preparações terapêuticas , que poderão estar misturados ao creme hidratante. Isso evitará rupturas dérmicas nas áreas de proeminências ósseas.
Fragilidade da pele
Evite fazer força ao segurar o idoso em partes vulneráveis a lesões, como braços e pernas.
O idoso tem naturalmente a pele mais frágil, suscetível a hematomas, bolhas e rompimento da integridade da pele mesmo aos mínimos traumas.
Fragilidade dos ossos e ligamentos
Ao oferecer suporte físico ao idoso procure segurar em partes mais estáveis, como o tórax ou quadril.
Devido à fragilidade do corpo como um todo, todo cuidado é importante. Uma fratura por pressão ou uma ruptura de ligamentos pode ser algo fácil de acontecer.
Banho de sol
É recomendável o banho de sol de até 10 minutos por dia e em horários adequados (entre 8h e 10h e após 16h). Essa prática é favorável e agradável. A pele do idoso é sensível e essas orientações evitam queimaduras.
Vigília e Sono
São comuns as queixas de insônia com o avançar da idade. É natural uma redução das horas de sono profundo, com despertares noturnos e cochilos diurnos. Há idosos que se adaptam bem a esse ritmo, porém as queixas de sono não reparador e redução do bem estar durante o dia são frequentes.
Medidas simples que juntas se chamam higiene do sono, podem amenizar a insônia: ambiente calmo e silencioso desde o anoitecer, evitar barulho e programas de televisão que despertam emoções, utilizar-se de música calma, chás e leite morno próximos do ato de deitar-se. Além disso, ser flexível com os cochilos diurnos.
Dra. Eliza de Oliveira Borges
Geriatra
CRM-GO: 14388
RQE: 9751
- Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás;
- Residência em Clínica Médica pelo Hospital de Urgências de Goiânia ( HUGO);
- Residência em Geriatria pelo Hospital de Urgências de Goiânia;
- Titulada em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG);
- Pós – graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica / Medicina Paliativa, Buenos Aires- Argentina;
- Preceptora da Residência de Clínica Médica do Hospital Alberto Rassi- HGG;
- Integrante do Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo ( NAPP), Hospital Alberto Rassi- HGG.
- Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Seção Goiás (Gestão 2020 a 2023).
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