Consequências do sobrediagnóstico

Atualmente a medicina tem sobrecarregado os pacientes ao tratar possíveis doenças (não confirmadas) e que não apresentam risco algum para o paciente? Este questionamento é de um artigo publicado por médicos ingleses do Royal Collegeof General Pratictioners (RGCP) no British Journalof General Practices. Ao analisar o trabalho dos médicos clínicos gerais do sistema de saúde público inglês (NHS) e os médicos especialistas, o artigo questiona o excesso de diagnósticos e tratamentos desnecessários e também os prejuízos causados aos pacientes e ao próprio sistema de saúde.

No Reino Unido, a RGCP criou o Grupo Permanente de Sobrediagnóstico. Segundo o grupo, o sobrediagnóstico está presente ao se diagnosticar em pessoas sem sintomas doenças que não causarão a morte. O termo também é uma forma abrangente para incluir os problemas relacionados à medicalização e tratamento excessivos.

Neste sentido, o artigo alerta sobre um efeito colateral da tecnologia avançada na medicina, permitindo que diversas doenças sejam diagnosticadas de forma precoce e, ao mesmo tempo, aumentando a quantidade de pessoas assintomáticas que recebem algum tipo de tratamento desnecessário. Os especialistas temem que tratamentos excessivos ou desnecessários para quadros não comprovados, podem impactar na saúde da população e nos custos do sistema de saúde.

Muitos fatores podem colaborar para a propagação de diagnósticos e tratamentos excessivos como por exemplo o cumprimento de produção e metas pelos médicos e os pagamentos de indicadores como forma de recompensa pela alta produtividade médica.

Consequências do sobrediagnóstico

O sobrediagnóstico pode causar consequências psicológicas para o paciente no momento em que ele é diagnosticado com um “falso-positivo”, ou seja, ele tem possibilidade de desenvolver uma doença que ainda não se manifestou e que talvez nem irá se manifestar.

O estudo não descarta a importância da medicina preventiva, mas alerta para seus excessos e consequências e convida a sociedade médica a rever os protocolos de atendimento, adequando-os a real necessidade do paciente. Os clínicos gerais ou médicos generalistas como os geriatras têm um papel importante neste contexto, já que avaliam todo o histórico dos pacientes e podem colaborar para o encaminhamento correto de especialidades, exames e tratamentos.

Espera-se que se diminua o tempo dedicado em intervenções com pouca ou nenhuma necessidade e que os profissionais de saúde possam otimizar o seu tempo propiciando um grande impacto positivo na saúde da população.

 

 

Dra. Eliza de Oliveira Borges

Geriatra 

CRM-GO: 14388
RQE: 9751

  • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás;
  • Residência em Clínica Médica pelo Hospital de Urgências de Goiânia ( HUGO);
  • Residência em Geriatria pelo Hospital de Urgências de Goiânia;
  • Titulada em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG);
  • Pós – graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica / Medicina Paliativa, Buenos Aires- Argentina;
  • Preceptora da Residência de Clínica Médica do Hospital  Alberto Rassi- HGG;
  • Integrante do Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo ( NAPP), Hospital Alberto Rassi- HGG.
  • Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Seção Goiás (Gestão 2020 a 2023).

 

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(Em Frente ao Pronto Socorro Infantil)

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