Qual a diferença entre a senilidade e senescência no âmbito da Geriatria

Há diferença entre os termos senilidade e senescência, apesar de ambos serem relacionados ao envelhecimento. No entanto, são quadros com impactos diferentes sobre a saúde.

A senescência abrange todas as alterações que ocorrem no organismo humano no decorrer o tempo e que não configuram doenças. São, portanto, as alterações decorrentes de processos fisiológicos do envelhecimento. Entre os exemplos de senescência temos: o aparecimento de cabelos brancos ou a queda deles, a perda de flexibilidade da pele e o aparecimento de rugas, a redução da estatura e a perda de massa muscular etc. São fatores que não provocam o encurtamento da vida. A morte é um desfecho natural.

A senilidade, por sua vez,  é um complemento da senescência no fenômeno do envelhecimento. Sob o olhar da geriatria, a senilidade é definida como as condições que acometem o indivíduo no decorrer da vida devido a mecanismos fisiopatológicos. São alterações decorrentes de doenças crônicas ( hipertensão, diabetes, insuficiência renal e cardíaca, doença pulmonar crônica e outras), de interferências ambientais e de medicamentos e que podem  comprometer a funcionalidade e  a qualidade de vida das pessoas, mas não são comuns a todas elas em uma mesma faixa etária. Essas alterações não são normais do envelhecimento.

Por isso é importante que o idoso seja avaliado por um  geriatra para diferenciar  as condições de senescência e de senilidade. Por exemplo, alguns lapsos de memória são frequentes com o avanço da idade e são parte da senescência. No entanto, há alterações de memória que causam prejuízo funcional e que são características de doenças, como o Alzheimer, e nesse caso, configuram um quadro de senilidade.

Obviamente, todos gostariam de chegar à velhice com apenas  alterações de senescência. Desde o nascimento sofremos interferências ambientais e genéticas e ao longo da vida assumimos escolhas que vão interferir no processo de envelhecimento. Algumas orientações para um estilo de vida saudável  que podem impactar de forma positiva no envelhecimento:

-Nutrição adequada ao longo da vida;

-Atividade física regular;

-Relacionamento social presente, evitando o isolamento;

-Controle de doenças crônicas;

Esses fatores  ajudam a promover um envelhecimento saudável, prevenindo a senilidade e favorecendo a evolução natural da  senescência até o desfecho inevitável, que é a morte.

 

Dra. Eliza de Oliveira Borges

Geriatra 

CRM-GO: 14388
RQE: 9751

  • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás;
  • Residência em Clínica Médica pelo Hospital de Urgências de Goiânia ( HUGO);
  • Residência em Geriatria pelo Hospital de Urgências de Goiânia;
  • Titulada em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG);
  • Pós – graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica / Medicina Paliativa, Buenos Aires- Argentina;
  • Preceptora da Residência de Clínica Médica do Hospital  Alberto Rassi- HGG;
  • Integrante do Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo ( NAPP), Hospital Alberto Rassi- HGG.
  • Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Seção Goiás (Gestão 2020 a 2023).

 

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Redação do Geriatria Goiânia

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