O que é obstinação terapêutica?

Nos últimos anos, temos assistido a imensuráveis progressos da Medicina no que diz respeito à preservação da vida humana. Já se pode substituir a função de órgãos debilitados, controlar doenças crônicas fatais, combater o câncer através da compreensão de seus mecanismos moleculares.

Diante de  tantos recursos à disposição, muitas vezes a morte não é vista como um processo natural e inevitável, e muitos profissionais de saúde se esforçam excessivamente para combatê-la, assumindo uma postura de obstinação terapêutica.

A obstinação terapêutica, também conhecida como distanásia,  caracteriza-se por condutas fúteis que  causam uma morte lenta e com intenso sofrimento. Acontece quando as medidas invasivas, como ventilação mecânica, drogas vasoativas e hemodiálise, não podem mais mudar o curso de uma doença ou condição de fim de vida; quando a morte é um processo irreversível e prolongar a vida significa impor sofrimento e minar a dignidade humana.

As ações fúteis e desproporcionais não invalidam a  extrema importância dos recursos tecnológicos para salvar vidas. Esses devem ser utilizados quando há perspectiva de cura ou recuperação parcial da saúde com qualidade de vida.

Insistir em meramente em prolongar a vida biológica de uma pessoa a todo custo implica em agressão à sua dignidade. De acordo com Hipócrates, o pai da medicina, a ciência médica tem como fundamento preservar a dignidade humana como prioridade absoluta, sendo inclusive mais importante que preservar a vida do corpo físico. Nem tudo o que é tecnicamente possível é eticamente admissível. Adotar procedimentos terapêuticos que causam sofrimento desproporcional e intolerável, somente com o objetivo de manter a vida biológica, fere a dignidade da pessoa e prolonga sua agonia e o sofrimento de seus familiares.

Um dos grandes desafios da medicina atual é encontrar o ponto de equilíbrio entre os recursos tecnológicos e os limites de esforços. O médico  deve utilizar a tecnologia e conhecimento disponíveis para beneficiar seu paciente, mas também cabe a ele reconhecer quando certas ações  não mudarão o curso da doença, podendo inclusive causar dor e sofrimento. A busca de uma medicina humanizada, em que cada paciente é abordado como um ser único, é o caminho para que as relações entre médicos, pacientes e familiares possam ser resgatadas.

 

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Redação do Geriatria Goiânia

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