Diabetes no idoso requer cuidados especiais

Nos últimos dez anos, houve um crescimento da taxa de prevalência de diabetes em cerca de 60% no Brasil. E dentre os 14 milhões de portadores, a maioria é idoso. Segundo o último Vigitel, pesquisa realizada regularmente pelo Ministério da Saúde, quase um terço dos diabéticos têm 65 anos ou mais.

O diabetes tipo 2 é o tipo mais prevalente nos idosos, e está relacionado ao envelhecimento, ao sedentarismo e à obesidade, sendo que esses dois últimos fatores, por sua vez, se intensificam com o avançar da idade. O idoso fica mais sujeito não só ao surgimento do diabetes, mas também às suas consequências mais graves.

A doença descompensada acentua dificuldades frequentes nessa fase da vida. Ela aumenta o risco de demência, é uma causa importante de neuropatia periférica, responsável por dor e instabilidade postural, aumentando o risco de queda, e de outras condições graves que impactam na qualidade de vida e aumentam o risco de morte, como úlceras, disfunção cardíaca e renal.

Uma das justificativas para a proporção maior da doença na fase idosa é que, com o envelhecimento, há alterações na produção de hormônios que regulam a taxa de açúcar no sangue. O principal deles é a insulina. Com o envelhecimento, ocorre redução da produção de insulina e aumento da resistência à insulina, ou seja, esse hormônio tem maior dificuldade de ser aproveitado pelas células. Como a insulina é responsável por enviar a glicose do sangue para as células, a falta ou insuficiência de insulina produzida pelo pâncreas causa aumento da taxa glicose no sangue.

A sarcopenia do idoso, caracterizada pela diminuição da massa e da função muscular, também contribui para a incidência do diabetes. Os músculos consomem glicose, ajudando a regular os níveis dela no sangue. Mas no idoso, além da redução da massa muscular, há infiltração de gordura no músculo, o que aumenta a resistência à insulina.

 

Tratamento

O estilo de vida saudável ao longo dos anos é fundamental não só para a prevenção, mas para controlar bem a doença. A dieta dos idosos geralmente é baseada em maior consumo de carboidratos, seja por costume, dificuldade de mastigação ou mudanças no paladar. Por isso recomenda-se uma dieta com maior consumo de proteínas. A prática de atividades físicas aeróbicas como a caminhada e os exercícios resistidos como a musculação, também é fundamental no controle da doença.

Porém, apesar de recomendadas, as mudanças no estilo de vida devem ser individualizadas, considerando a idade, a funcionalidade e o grau de fragilidade do indivíduo. Recomendações restritas em um idoso diabético frágil, que já apresenta comprometimento importante da sua qualidade de vida, podem ser deletérias. Por outro lado, para um idoso ativo e funcional, com expectativa de vida considerável, deve-se assumir metas mais rigorosas.

Além disso, é preciso monitorar constantemente se há alguma complicação da doença, visto que o diabetes tipo 2 é “silencioso” por anos. Não raro, quando se faz o diagnóstico, há evidências clínicas de que a doença já está há tempos instalada.  Por isso é ideal realizar consultas regulares. No dia a dia, o cuidado deve ser voltado especialmente para se evitar o pé diabético e outras disfunções vasculares, além de infarto do miocárdio, infarto cerebral e insuficiência renal.

 

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Dra. Jaqueline Souza Lacerda

Dra. Jaqueline Souza Lacerda é Médica Geriatra.

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