Relação da família e idosos na atualidade

“Cuidar é escutar a demanda, da vida. É não tratar como morte o que é vida e como coisa o que é gente”. Eliane Brum (escritora, jornalista e documentarista)

Essa ideia retrata que a sociedade tem como visão a velhice com finitude. Na mídia, em programas jornalísticos, vemos a falta de espaço que o idoso tem na comunidade. Parece-me que o velho está para “coisas que não servem mais” e/ou “coisas que não funcionam mais”. O descaso com o idoso é visto em todos os setores: social, familiar, emocional e cuidados com a saúde.

O Estatuto do Idoso, aprovado em 2003 tem como objetivo garantir uma melhor qualidade de vida para as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, buscando assegurar direitos para a saúde, lazer, educação, prioridades em atendimentos públicos ou privados. Mas infelizmente, esses direitos na grande maioria das vezes não são garantidos, seja por falta de informação ou por falta de respeito ao idoso.

No Estatuto do Idoso, no Título I das Disposições Preliminares no Artigo 3º, diz que:

“É obrigação da família, da comunidade, da sociedade, do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

Um dos fatores importantes ligados diretamente ao envelhecimento saudável é o ambiente familiar, pois representa um importante papel na vida do idoso. No ambiente familiar acontecem as interações, se fundamentam os vínculos, onde cada membro busca exercer o seu papel respeitando a individualidade do outro.

A constituição de 1988 delega à família o “amparo às pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem estar e garantindo-lhes o direito à vida”. Em contrapartida, em alguns casos, o Estado não garante a subsistência dessas famílias, que se encontram vulneráveis socioeconomicamente, consequentemente o idoso que pertence a esse grupo familiar fica desamparado. Esse é um quadro que tem se apresentado em maior número ultimamente, principalmente em função da alta taxa de desempregados.

Os vínculos sociais e emocionais são necessários para assegurar uma estabilidade emocional do idoso. Em pesquisa realizada com idosos que moram com suas famílias, apontou-se que os idosos que tinham uma ótima e boa qualidade afetiva em relação à família, apresentaram uma menor dependência emocional e atividades de lazer; em contrapartida os idosos que avaliam como regular e péssima a qualidade afetiva em relação à família, se mostram com um grau alto de dependência emocional (Mendes, et al, 2005).

Essa dependência emocional faz com que o idoso se fragilize, onde as relações ficam num patamar introspectivo. A afetividade da família para com o idoso é de suma importância para a sua estabilidade emocional.

O idoso tem vontade própria. A comunidade e a família tem que estar atenta aos anseios, angústias, desejos; que na maioria das vezes não são questionados e respeitados.

A vida atual traz um novo modelo familiar com menor número de filhos, o que pode acarretar a diminuição aos cuidados com os pais, e mulheres atuando no mercado de trabalho, restaria pouco tempo em casa para cuidar desse idoso. Todas essas questões passam despercebidas e o idoso acaba ficando isolado e “fora” do planejamento das atividades cotidianas de um círculo familiar.

Com o aumento da expectativa de vida, a nossa sociedade ainda não se preparou para lidar com essa nova realidade.

As famílias procuram uma atividade que ocupe o idoso sem se preocupar se ele está interessado em coisas que “ocupem o seu tempo”. Os desejos do idoso não são ouvidos.

O importante para o idoso é ressaltar o seu bem estar e resgatar sua dignidade, valorizando suas qualidades e atributos contribuindo com o meio em que vive, respeitando suas vontades.

Sempre deve-se incentivar o idoso a ampliar sua rede de relações sociais, além-família, porque traz um conforto maior, com plenitude e satisfação em relação à velhice.

Os idosos têm muito a ensinar, e podem oferecer muito de si, em sabedoria da vida, em relações de valor, em vínculos sinceros e profundos.

Os jovens de hoje serão os idosos de amanhã. É urgente que se faça um planejamento social, familiar, econômico e estrutural que inclua esse idoso na vida comum, como um integrante que vive, atua, interage e decide sobre sua vontade. Essa é uma questão que cabe a todos nós.

 

Projeto Cuidar

 

Geriatra

 

– Dra. Eliza de Oliveira Borges

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Dra. Eliza de Oliveira Borges

Dra. Eliza de Oliveira Borges é Médica Geriatra.

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