Diferenças entre osteoartrose e atrite reumatoide
A Osteoartrose (AO) e a artrite reumatoide (AR) são afecções que acometem as articulações e causam dor crônica e limitações funcionais ou incapacidades. Mas os mecanismos causadores das lesões articulares são diferentes.
A AO é uma doença degenerativa crônica que acomete as articulações, ou seja, ocorre um desgaste da cartilagem articular, causando atrito e inflamação crônica, com dor de intensidade variável. Devido à inflamação crônica que também ocorre na evolução da AO, é comum a denominação Osteoartrite.
A osteoartrite ou osteoartrose primária é comum entre os idosos devido ao processo de envelhecimento natural do indivíduo, em que ocorre desgaste progressivo das cartilagens articulares, somado ao enfraquecimento dos músculos e ligamentos que sustentam as articulações.
Outros fatores, como obesidade, diabetes, traumas repetidos, cirurgias nas articulações, gota e distúrbios hormonais podem contribuir para a OA secundária à sobrecarga ou lesão articular. Nesse caso, pessoas jovens e adultas podem ser acometidas.
A AO primária ou secundária, por estarem relacionadas a desgaste articular, geralmente acometem as articulações que suportam o peso corporal e a ação da gravidade, como coluna, quadril e joelhos.
O sintoma mais comum da OA é a dor nas articulações afetadas, que piora no decorrer do dia à medida em que há trabalho articular (dor mecânica), somada à crepitação aos movimentos (“rangidos” que podem ser palpáveis ou audíveis a depender da gravidade do desgaste articular). Outros sintomas estão relacionados à inflamação local, como inchaço, calor e limitação dos movimentos. Em casos graves, há incapacidade e importante prejuízo da qualidade de vida.
Não há cura conhecida para a AO, mas os tratamentos podem ajudar a reduzir a dor e manter o movimento e função articular. Medicações para controle da dor e do desgaste articular, aplicações locais e próteses articulares nas condições graves formam o arsenal terapêutico. Além disso, é importante a fisioterapia e exercícios supervisionados para fortalecimento muscular.
A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune que causa inflamação crônica das membranas articulares (sinovite). Quando se fala autoimune significa que o próprio organismo produz anticorpos que “atacam” as articulações, especialmente as pequenas articulações. Acomete principalmente mulheres de meia idade, mas também idosos.
A AR acomete principalmente pequenas articulações, como punhos, mãos, cotovelos e tornozelos. Á medida que progride e especialmente em idosos, as articulações maiores como quadril e joelhos podem ser acometidas. Além disso, devido ao caráter autoimune, outros órgãos podem ser acometidos, como coração, pulmões e olhos, adquirindo um caráter sistêmico.
Entre os sintomas mais comuns observa-se dor, calor, vermelhidão, rigidez e deformidades articulares, sensação de cansaço e mal-estar, possivelmente acompanhados de febre e perda de peso. A rigidez articular é caracteristicamente matinal e prolongada (duração de mais de uma hora). Casos sistêmicos podem ser graves e necessitar de acompanhamento médico rigoroso.
A AR não tem cura, o tratamento baseia-se no controle da doença, objetivando a remissão (inativação dos anticorpos). Para isso, é usado analgésicos, corticoide e medicações imunomoduladoras.
A AR e AO podem ser importantes causas de dor crônica e perda funcional no idoso. Por isso, as medicações geralmente são usadas por longo prazo ou por tempo indefinido. Sendo assim, o geriatra, em acompanhamento compartilhado com o reumatologista, deve traçar um plano terapêutico individualizado, ponderando interações medicamentosas, interferências do humor e de outras doenças e alternativas não medicamentosas.
Dra. Eliza de Oliveira Borges
Geriatra
CRM-GO: 14388
RQE: 9751
- Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás;
- Residência em Clínica Médica pelo Hospital de Urgências de Goiânia ( HUGO);
- Residência em Geriatria pelo Hospital de Urgências de Goiânia;
- Titulada em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG);
- Pós – graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica / Medicina Paliativa, Buenos Aires- Argentina;
- Preceptora da Residência de Clínica Médica do Hospital Alberto Rassi- HGG;
- Integrante do Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo ( NAPP), Hospital Alberto Rassi- HGG.
- Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Seção Goiás (Gestão 2020 a 2023).
Projeto Cuidar
Clínica Viva
Consultas
WhatsApp: (62) 98622-0066
Telefones: (62) 3413-3910 / (62) 98131-1961