As causas de confusão mental no idoso
A confusão mental é um estado agudo ou crônico de desorganização dos circuitos cerebrais. O indivíduo idoso torna-se incapaz de pensar com clareza ou compreender ordens simples, podendo também apresentar desorientação no tempo e no espaço. Várias são as causas que podem levar o idoso a apresentar confusão mental, como desidratação, Acidente Vascular cerebral (AVC) , hipoglicemia e demência.
Desidratação grave
A desidratação grave é uma causa importante de confusão mental aguda em idosos, também chamada de Delirium. Esse sintoma é um indício de que o indivíduo deve receber assistência médica, pois a sede não é um bom parâmetro para avaliar o grau de desidratação no idoso.
Para se evitar a desidratação, principalmente em idosos frágeis em épocas de calor intenso ou na presença de alguma doença descompensada, é recomendável oferecer líquidos frequentemente, mesmo que em pequenas porções.
Demência
Os quadros de Demência, como a Demência de Alzheimer e a Demência associada à Doença de Parkinson, são condições crônicas, progressivas e incuráveis, que levam o indivíduo idoso a apresentar confusão mental ao longo do tempo. Com o avançar da doença, ele se torna cada vez mais incapaz de tomar decisões e de manter um discurso coerente, ao ponto que o autocuidado e o entendimento de comandos simples não são mais possíveis.
Em situações de estresse (doenças, desidratação, quedas, dor etc), o idoso com demência está mais suscetível a apresentar confusão mental aguda ou Delirium.
Dessa forma, é importante que o cuidador saiba diferenciar a confusão mental basal dos quadros de piora aguda, a fim de procurar assistência médica.
AVC
Dependendo da região do cérebro afetada por um AVC, o idoso pode apresentar confusão mental aguda ( Delirium) , que pode ou não ser contornada, a depender do tratamento e da gravidade da lesão neurológica. Muitos casos evoluem com quadros demenciais irreversíveis.
Outras causas muito comuns que podem provocar confusão mental aguda no idoso são: infecção urinária, pneumonia e outras infecções, hiperglicemia, hipoglicemia, dor, medicamentos e doenças crônicas descompensadas, como insuficiência cardíaca, renal e hepática agudizadas.
Algumas mudanças de comportamentos e no estado geral do idoso podem sugerir confusão mental aguda quando surgem de forma abrupta ou em curto período de tempo, ou um estado crônico, quando surgem de forma progressiva e lenta. É muito importante que o cuidador ou familiar as reconheçam e procure assistência médica:
- Não consegue referir o dia da semana, data ou mesmo reconhecer pessoas ou o seu nome ou profissão;
- Estar muito agitado ou muito parado, movimentando descontroladamente os braços e as pernas ou não respondendo a estímulos, como chamar pelo nome ou não reagir ao toque;
- Não cumprir pequenas ordens, como levantar o braço;
- Vestir roupa inadequada à temperatura ou andar sem roupas, ou vestir roupas sujas;
- Não ser capaz de ter uma conversa contextualizada ou dizer frases muito curtas e de forma muito lenta;
- Ter dificuldade em executar tarefas do cotidiano, como não saber voltar para casa;
- Esquecer as conversas, situações e tarefas que tem para fazer, repetindo-as;
- Ter comportamentos inadequados ou inabituais;
- Tornar-se agressivo.
O Geriatra é um médico especialista capaz de reconhecer e interpretar os diversos interferentes da confusão mental, seja ela aguda ou crônica. Além disso, ele individualiza o tratamento, buscando a condução integral e humanizada do paciente. E não menos importante, o Geriatra deve sempre acolher e orientar os familiares, visto que a confusão mental provoca questionamentos vários e intensa angústia para quem cuida.
Dra. Eliza de Oliveira Borges
Geriatra
CRM-GO: 14388
RQE: 9751
- Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás;
- Residência em Clínica Médica pelo Hospital de Urgências de Goiânia ( HUGO);
- Residência em Geriatria pelo Hospital de Urgências de Goiânia;
- Titulada em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG);
- Pós – graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica / Medicina Paliativa, Buenos Aires- Argentina;
- Preceptora da Residência de Clínica Médica do Hospital Alberto Rassi- HGG;
- Integrante do Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo ( NAPP), Hospital Alberto Rassi- HGG.
- Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Seção Goiás (Gestão 2020 a 2023).
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