Importância da alimentação equilibrada
Não há dúvidas que hábitos alimentares saudáveis, construídos ao longo da vida, são essenciais para um envelhecimento bem sucedido. Isso significa que uma dieta equilibrada, rica em proteínas variadas, vegetais e verduras, cereais e fibras, sem os excessos de açúcar e alimentos industrializados, supre as necessidades energéticas, de nutrientes e vitaminas. Isso, já descontroi a ideia do benefício dos polivitamínicos na fase adulta e idosos.
Salvo em situações especificas, como no período gestacional ou na presença de doenças ou condições que cursam com disabsorção de nutrientes vitaminas, o uso de polivitamínicos, especialmente em idosos, não apresenta validação cientifica. Os estudos não mostram impacto da qualidade de vida e controle de doenças, pois não há de fato uma absorção efetiva desses comprimidos ou cápsulas. Pelo contrário, há estudos que mostram um potencial prejuízo cardiovascular. Sem falar que são medicamentos, portanto com excipientes que não estão isentos de efeitos adversos e potenciais interações medicamentosas.
Em idosos frágeis, a suplementação nutricional através de fórmulas em pó ou preparações liquidas são recomendadas, como forma de aporte energético e proteico. Os resultados são melhores quando a suplementação faz parte de um plano de cuidados, com atividade física / fisioterapia supervisionada, controle de sintomas e revisão seriada das interações medicamentosas. Ganhos funcionais, melhora cognitiva, do humor e prevenção de quedas podem ocorrer em proporções variadas, considerando os limites de cada indivíduo.
De uma forma geral, em Geriatria, duas vitaminas são rotineiramente dosadas: vitamina D e vitamina B12. Especificamente para essas vitaminas, está indicada a reposição com critério.
A vitamina D é importante para a metabolismo ósseo e muscular, para o equilíbrio do cálcio e do paratormônio (hormônio produzido pela paratireoide e que interfere no metabolismo ósseo); há estudos que mostram benefício cardiovascular, cognitivo, no controle de dor e fraqueza muscular. Deve ser reposta quando em níveis baixos porque, à medida que envelhecemos, perdemos a capacidade de produção eficiente de vitamina D pela pele exposta ao sol.
A vitamina B 12 é importante para integridade de estruturas nervosas. Quando reposta com critério, há importante melhora de queixas cognitivas, de dor, desequilíbrio e sensação de dormência nos membros. A deficiência grave de vitamina B 12 é uma das causas de anemia, alterações de humor e demência potencialmente reversível.
Dosagens de outras vitaminas devem ser criteriosas, de acordo com uma indicação específica por determinada patologia.
Sendo assim, fica claro que comprar um pote grande de comprimidos de polivitamínicos não traz benefício para melhora da qualidade de vida, sendo mais um comprimido no arsenal medicamentoso diário, com potencial de efeitos adversos.
Projeto Cuidar
Geriatra
Dra Eliza de Oliveira Borges
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Endereço: Instituto de Especialidades e Sono (IES) – Rua T 55, nº 869, Setor Bueno – Goiânia – Goiás.
Sobre a Dra Eliza de Oliveira Borges
– Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás;
– Residência em Clínica Médica pelo Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO);
– Residência em Geriatria pelo Hospital de Urgências de Goiânia;
– Titulada em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG);
– Pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto PalliumLatinoamérica / Medicina Paliativa, Buenos Aires- Argentina;
– Preceptora da Residência de Clínica Médica do Hospital Alberto Rassi- HGG;
– Integrante do Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo (NAPP), Hospital Alberto Rassi- HGG;
– Secretária Geral na Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Seção Goiás.
