Você conhece as Diretivas Antecipadas de Vontade

Com o avanço das tecnologias médicas, nas últimas décadas, a expectativa de vida da população se prolongou, mesmo em casos de doenças graves, incapacitantes e progressivas. Porém, esse aumento na expectativa de vida nem sempre ocorre com qualidade, o que nos leva a questionar o valor de determinadas medidas para conquistá-la  a todo custo.

A medicina paliativa objetiva promover a qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças sem possibilidade de cura e ameaçadoras da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento, oferecendo dignidade no fim da vida.

A partir do princípio de que o paciente tem autonomia na decisão de aceitar ou não tratamentos que não curam nem aliviam sintomas, mas apenas prolongam vida e sofrimento, surgiram as Diretivas Antecipadas de Vontade. As DAV representam a vontade do paciente, por meio do testamento vital (TV) e do mandato duradouro. O TV é o documento redigido pelo doente no momento de lucidez mental e total autonomia de decisão, em que consta os seus desejos antecipados em relação aos tratamentos médicos a serem ou não realizados, caso fique incapacitado de expressar sua vontade. Nesta situação, usa-se o mandato duradouro, que nomeia alguém para tomar decisões por ele.

No Brasil, por se tratar de tema muito atual, existem poucas pesquisas que abordam as DAV. Os médicos têm um papel importante no esclarecimento das DAV para a população, por lidarem diretamente com os pacientes e familiares em momentos de incerteza e diante da morte.

As DAV serviriam para minimizar as práticas de mistanásia, a morte infelizmente miserável de muitos idosos, que sequer chegam a ter acesso aos hospitais públicos deste país. Da mesma forma elas também evitariam a distanásia, prática compreendida como sendo aquela que posterga a morte, prolongando muitas vezes apenas o sofrimento.

Trilhando esta via, as DAV podem ser fonte de inclusão do paciente terminal, idoso ou não, ao sistema de atendimento médico presente em poucos sistemas hospitalares, públicos e privados, que reúnam as práticas da ortotanásia segundo os preceitos que consolidam os cuidados paliativos, com vistas a garantir a maior dignidade possível diante da espera da morte, que ocorre muitas vezes como um doloroso fim da vida.

Novos estudos poderão colaborar para uma proposta mais ampla, estabelecendo uma cultura que encare o processo da morte e do morrer de maneira mais construtiva, para que a morte digna não seja somente um conceito, mas uma realidade.

 

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# Geriatria Goiânia

Redação do Geriatria Goiânia

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